sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Work day!

Chatices, falta de motivação, travagem na escalada de um sonho, encravo diário num escritório com ar condicionado por uma "máquina" totalmente impura e artificial. Estes são alguns dos sentimentos e realidades comuns de mais um dia de trabalho de alguns, num ambiente também artificial.
Falsos sorrisos, acenos de cabeça, companheirismo condicionado... são como que obrigações impostas para um local de trabalho dito "saudável".
Quem não gostaria de começar uma entrevista de trabalho onde perguntassem, "é o teu sonho trabalhar connosco?" Será possível chegarmos a um ponto em que todos sabemos onde nos sentimos completos e onde somos recompensados somente pelo prazer de estar a presentear alguém que gosta do que faz? Ideias idealistas contrárias a um interior condicionado por estatutos, imagens, promoções, impróprio e prejudicável para o bem estar de cada um.
Não será importante para a produção de qualquer serviço/produto que os trabalhadores se sintam felizes por estarem a fazer o que sonham? Haverá algum emprego que fique para trás esquecido?
O comunismo puro tinha um ideal utópico no qual todos receberiam o mesmo salário. A realidade demonstra que tanto o poder gerado pelo "governo comunista" como a insatisfação pessoal, são inconcebíveis no "material world" em que vivemos. Repito, tudo isso é resultado de sentimentos de insatisfação pessoal. Somos insatisfeitos por natureza porque não nos permitimos mudar. É demasiado arriscado mudar de emprego quando se tem contas para pagar com créditos de uma vida inteira. É de louco mudar de mulher porque os filhos não podem viver sem pais. É impensável, sermos alegres somente porque alguém está alegre.
Analistas acreditam que a igualdade salarial, que o comunismo sugere, e de estatutos de alguma forma cria preguiça e falta de produtividade/objectividade. Acredito e concordo que isso seja possível se todos tivermos sempre o mesmo trabalho durante anos. Mas se nos fosse dado a oportunidade de hoje sermos médicos e amanhã carpinteiro, será que ao fim de um tempo os estatutos seriam esquecidos? Pode-se dizer que todos temos esta oportunidade. Mas sob que custos?
Por vezes pergunto-me se o nosso objectivo é trabalharmos para ganhar dinheiro e finalmente, talvez por volta dos 60anos (hoje mais próximo dos 70anos), usufruirmos "as regalias" de uma vida de trabalho e sermos felizes. No meu entender, esta cronologia assemelha-se muito a um trabalhador que trabalha arduamente durante 9meses e tira 3meses de férias. Será produtivo se todos vivêssemos nestas condições?
Cada vez mais percebo que estamos todos a procura da felicidade fora de nós. Essa felicidade é atingida através de "coisas" que vamos adquirindo ao longo dos anos e nos relembram que estivemos este tempo todo vivo. Essas "coisas" podem ser consideradas como um sucesso atingido, uma vitória ganha, um salário mais elevado mas nunca serão a nossa alegria definitiva somente temporária uma vez que não passam de "coisas" que se degradam e perdem interesse ao longo do tempo.
Tudo isso se resume a uma falta de objectivos na nossa vida. Somente sabemos que queremos estar a fazer algo que gostamos (que nem sempre sabemos o quê) e ganharmos muito dinheiro para ter casa própria, carro, enfim, "coisas".


Não digo que estes objectivos não sejam importantes, estou a dizer que nisso tudo nos esquecemos de grandes objectivos tais como, sentirmo-nos completos, vivos e felizes e fazermos os que estão a nossa volta sentir o mesmo.
O amor é realmente o maior objectivo. Amar-se e amar o próximo são de facto os maiores motores para uma vida de trabalho realmente saudável e equilibrada.

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