sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Tabu para homens e agora também para mulheres!!

Como todos já sabemos, o "cheiro" a tabu encontra-se por todos os lados. É das poucas coisas que une a humanidade. Não vê qualquer sexo, idade ou raça. Está por todo o lado.
O mais engraçado sobre este assunto é que durante esta semana foi-me dado a conhecer o perfume chamado "Tabu" que podem ver nas imagens. Escusado será dizer que vários trocadilhos daí advieram, tais como: "cheira-me a Tabu", "hoje usei Tabu", "Use Tabu onde quer que esteja" e também, num ambiente mais sarcásticos"o Tabu é um perfume que se cheira a distância" entre muitos outros.

É claro que estes trocadilhos me levaram a pensar sobre alguns tabus que nos são familiares. Obviamente que um dos mais reconhecidos é o sexo. Lembrei-me de várias conversas em tertúlias entre amigos em que assim que o sexo é posto como assunto na mesa, vários dos presentes se encolhem para baixo da mesa e se limitam a ouvir enquanto que outros, com menos pudor, se apoderem da conversa abertamente e talvez por vezes com demasiados pormenores, pelo menos do ponto de vista dos mais acanhados. Tenho de admitir que eu próprio considero um pouco "tabu" a minha sexualidade. Não obstante compreendo hoje que este tabu é somente para connosco. Não nos sentimos bem com a nossa sexualidade, nem temos bem a certeza se realmente estamos a fazer o que devemos fazer no momento devido. Para não falar na derradeira pergunta: "Serei uma pessoa normal em gostar disto ou daquilo?"
Na minha modesta opinião, sendo o sexo a única parte do nosso ser em que podemos ser quem realmente queremos ser, e também por ser tão íntimo, a revelação de o que quer que seja sobre o que nos satisfaz sexualmente é a afirmação do tipo de pessoa que somos de acordo com os padrões sociais. Ora se não formos quem gosta do mais comum como sexo heterossexual em posição de missionário para procriação de filhos, estaremos a ser amigos de Satanás e arderemos para a eternidade nas chamas do inferno. A pergunta que me coloco é seguinte: "A afirmação da nossa sexualidade em voz alta e clara é a afirmação de todo o nosso ser ou de uma parte dele?"

2 comentários:

silvestre disse...

Ora muito boa noite. Tudo cool?

Pois bem, não sei se concordo totalmente com a tua exposição. É a grande chatice das palavras... a sua limitação. Acho que em conceito percebo onde queres chegar, mas levantas logo uma nova série de conceitos que, eventualmente fragilizam a ideia. Não obstante o post é ilucidativo, como diria a outra senhora «Have you confessed today?».

Permites-me algumas observações?

1- Não sei se os tabus são, de facto, alimentados por dúvidas sobre a vivência pessoal da sexualidade (acho que o campo é outro. Creio que o tabu, tal como o conhecemos, raramente é «para si».

2- O conceito de normalidade é uma derivação matemática, que aponta para o maior número de observações de um dado fenómeno ou característica. Mas, isto sim um grande tabu, a normalidade não existe. Nada é normal. Altera-se o contexto e altera-se o significado.

3- Não creio também que o nosso comportamento sexual dite a verdade sobre quem somos. Nem sempre podes ser quem relamente queres ser. E aquilo que se quer ser, muitas vezes (se não a quase totalidde das vezes) está longe do sexo e da vivência sexual.

4- Os teus gostos e práticas sexuais não determinam a pessoa que és, sendo determinadas (em parte) pela pessoa que és em relação com o outro e com o teu contexto da altura.

5- Como alguém que não tem tabus com a sua sexualidade, digo-te que a posição de missionário é de uma perversidade sem limites e de uma intensidade erótica sem concorrentes.

6- O sexo heterossexual, pois... lá está. Só em sociedades ocidentais de inspiração cristã é que a tua afirmação se aplica. Mesmo assim, não acredito que a pessoa que pratica sexo homossexual (e a que secretamente o deseja) tenha tabus. O tabu é social. A pessoa sabe que gosta, tem medo de ser rejeitada pelo todo social. Isso não é tabu. Há que gerir situações por uma questão de sobrevivência social, mas isso não se estende às tertúlias de amigos. Quem fica calado pode primar apenas pela discrição ou tem medo. Medos que tem de resolver para si e que nada têm a ver com o sexo.

Depois do exposto, já deves saber qual é a minha resposta à tua pergunta. Certo?

Cumprimentos à tua senhora ;-)

Fred disse...

Boas Silvestre.
Sim de facto o tabu é associado primeiramente com o exterior. Aqui surge mais um conceito meu que também irei abordar mais à frente que se prende com o facto de tudo o que é exterior a nós e nos incomoda, é também uma questão interior. Mas falarei com mais pormenores noutra oportunidade sobre este assunto.
Quanto ao sexo, este é somente um mero exemplo de tabu. Não nos representa totalmente mas é uma parte importante para cada um de nós, tornando-se uma parte da nossa personalidade, na minha opinião. De facto falar de sexo na nossa sociedade, e saliento a nossa sociedade, ainda é um tabu embora várias acções ja foram tomadas, que ainda considero insuficientes, para contrariar esta realidade. (também falarei da minha noção do conceito de realidade, fique para ler)
Dizes que as práticas e gostos sexuais não determinam a pessoa que és e nisso concordo plenamente. como disse anteriormente, o sexo somente representa uma parte de nós.
A posição do missionário é, sem qualquer dúvida, uma posição óptima sobretudo no sexo heterossexual, pela parte que me toca, até porque o ponto G da mulher é muito estimulado nesta posição. Este exemplo foi utilisado, talvez de uma forma pouca feliz, no sentido de demonstrar como ainda é visto o sexo no meio da sociedade rural Portuguesa católica.
É claro que todas as minhas afirmações não são mundialmente abrangentes até porque se assim fosse, acho que seria dificil encontrar alguma coerência no meu discurso, falo por mim. É baseada numa vivência numa metrópole Portuguesa que embora já muito desenvolvida, ainda carece de alguma abertura em relação a alguns assuntos. Mas qual a sociedade que não carece?

Cumprimentos para ti da nossa parte. As nossas futuras conversas prometem...